Quando as várias funções corporais se desenvolvem em conjunto aparece um modelo que sentimos como harmonioso e que chamamos saúde. Se uma função falha, ela compromete a harmonia do todo e então falamos em doença.
Portanto, a doença significa a perda relativa da harmonia, ou o questionamento de uma ordem até então equilibrada.
A quebra da harmonia, no entanto, acontece na consciência e no âmbito da informação e se mostra pura e simplesmente no corpo. Assim sendo, o corpo é a apresentação ou o âmbito de concretização da consciência e, conseqüentemente, também de todos os processos e modificações que nela ocorrem.
Se a consciência de uma pessoa se desiquilibra, o fato se torna visível e palpável na forma de sintomas. Por isso é uma insensatez afirmar que o corpo está doente. Só o ser humano pode estar doente; no entanto esse estar doente se mostra no corpo.
Logo, a atenção deve voltar-se para o âmbito psíquico, e não pelo que está acontecendo no corpo.
Assim que um sintoma se manifesta no corpo, chama a atenção da pessoa e interrompe muitas vezes a continuidade do percurso de vida até então vigente. É, portanto, um sinal que atrai sobre si a atenção, o interesse e a energia pessoais, pondo simultaneamente em risco o fluxo natural e suave dos processos.
O sintoma exige nossa atenção.
A interrupção das funções é sentida como se viesse de fora, como se fosse uma perturbação. Como o ser humano não quer ser perturbado, começa a luta contra o sintoma. Essa luta consiste também em tratá-lo e em tentar eliminá-lo; dessa forma o sintoma sempre consegue que nos preocupemos com ele.
O sintoma nos adverte de que algo não está em ordem. É preciso olhar com mais profundidade a fim de compreendermos para o que ele está apontando. Lamentavelmente, a medicina acadêmica trata os órgãos e as partes do corpo, mas não trata do ser humano que está doente.
O sintoma nos informa que está faltando alguma coisa: falta consciência, e portanto, tem-se um sintoma. Este, pode ser entendido como uma espécie de professor que nos ajuda em nosso esforço de nos desenvolvermos e tomarmos cada vez mais consciência de nós próprios.
Precisamos apenas re-descobrir sua linguagem.
Toda a nossa linguagem é psicossomática, o que quer dizer que ela conhece os inter-relacionamentos entre o corpo e a psique. Se pudermos decifrar esse duplo significado, conseguiremos ouvir o que os sintomas têm a nos dizer e começaremos a entendê-los. Na realidade, são nossos mais íntimos parceiros, visto que nos pertencem e são os únicos que, de fato, nos conhecem.
Isso gera uma honestidade rara diante da verdade sobre nós mesmos.
Além disso, furtar-nos a ouvir ou entender os sintomas não os fará desaparecer. Somos constantemente forçados a conviver com eles.
Na medida em que nos disserem o que de fato nos falta, na medida em que nos conscientizarem de assuntos que ainda temos que integrar em nós mesmos, eles nos darão a oportunidade de os transformar em algo de que não necessitamos mais.
Essa é a diferença entre lutar contra a doença e transmutá-la.
A CURA pressupõe que o indivíduo se torne mais sadio, mais perfeito; pressupõe uma aproximação da saúde, da totalidade de consciência.
A cura acontece através da incorporação daquilo que está faltando e, portanto, ela não é possível sem uma expansão da consciência. Requer uma mudança, muito mais do que a mera ingestão de pílulas. Essa mudança deve conduzir a uma vida pessoal mais ligada ao âmago do nosso ser.
Qualquer desconforto em qualquer lugar na vida do seu corpo é uma mensagem direta dirigida a você a respeito do quanto está fora de alinhamento com o seu verdadeiro eu.
À proporção que prestamos mais atenção às nossa necessidades pessoais reparando nas mensagens internas que nos chegam em forma de desconforto, nos tornamos mais equilibrados e saudáveis.
A própria doença é o caminho pelo qual o ser humano pode seguir rumo à cura.
O fundamental não é combater a doença, e sim usá-la para conquistar o autoconhecimento e a cura.
"TODO SINTOMA É UM ALERTA DA ALMA PARA UMA CARÊNCIA ESSENCIAL" .
Bibliografia: DETHLEFSEN, Thorwald e DAHLKE, Rüdiger. A Doença como
Caminho. São Paulo. Cultrix, 1997.
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